ATA DA DÉCIMA TERCEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 02.07.1998.

 


Aos dois dias do mês de julho do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Fernando Záchia, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz e Renato Guimarães, Titulares. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata Declaratória da Décima Primeira Reunião Ordinária, que deixou de ser votada face à inexistência de "quorum" deliberativo. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 284/98, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 09/98, do Senhor Paulo Roberto Teixeira Guerra, Gerente GETES/DEFIN do BNDES; 732/98, do Senhor Vítor Liberman, Secretário Executivo da Associação Gaúcha de Supermercados - AGAS; s/nº, do Senhor João Klee, Presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Porto Alegre, do Senhor Norton Lenhart, Vice-Presidente da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, e do Senhor Ricardo Ritter, Presidente da Junta Governativa do SHPOA; s/nº, do Senhor Daniel Menezes Gil, Secretário Administrativo da Federação do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado do Rio Grande do Sul - FECOGÊNEROS; s/nº, do Senhor Ruy Everson Leão, da Associação Brasileira de Semiótica/Regional Paraíba; s/nº do Senhor Mauro Knijnik, Presidente da Federação das Associações Comerciais/RS - FEDERASUL; Cartões: do Deputado Federal Adylson Motta; da Vereadora Lúcia Pacífico, da Câmara Municipal de Belo Horizonte; do Senhor Renê Gonçalves de Matos, Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora; Fax, do Senhor Flávio Portinho Sirângelo, Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região - TRT. Após, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Odilo Pérez Díaz. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib criticou o Executivo Municipal, declarando não estarem sendo cumpridas disposições da Lei Orgânica que estabelecem prazos para a entrega, a esta Casa, dos balancetes das movimentações financeiras realizadas pelas autarquias e pela Administração Direta do Município de Porto Alegre. O Vereador Adeli Sell registrou o transcurso, hoje, do Dia do Bombeiro. Também, reportou-se ao pronunciamento do Vereador João Dib, afirmando que o Executivo Municipal vem apresentando os demonstrativos de movimentações financeiras de suas autarquias e da Administração Direta no prazo previsto pela Lei Orgânica Municipal. Na oportunidade, através de Questões de Ordem, os Vereadores José Valdir, Fernando Záchia e João Dib manifestaram-se acerca da participação dos Senhores Vereadores nas Reuniões da Comissão Representativa. Ainda, por solicitação do Vereador João Dib, o Senhor Presidente registrou o falecimento da Senhora Eli Rosa Prestes, mãe da Senhora Enilda Rosa Prestes, funcionária deste Legislativo. Às dez horas e dez minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz e Juarez Pinheiro e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia e Adeli Sell, estes como Secretários "ad hoc". Do que eu, Adeli Sell, Secretário "ad hoc, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Queremos saudar a presença, no Plenário desta Casa, do cidadão de duas pátrias, Sr. Odilo Pérez Diaz, espanhol e brasileiro.

O Ver. João Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, chega de leis! Lei deve ser clara, precisa, concisa e respeitada. Vereador não tem que fazer lei; tem que exigir o cumprimento da Lei.

S. Exa. o Sr. Prefeito Municipal, Raul Pont, vetou um Projeto de Lei do Ver. Carlos Garcia, porque o art. nº 94 da Lei Orgânica era desrespeitado. O art. nº 94 da Lei Orgânica diz que compete privativamente ao Prefeito a iniciativa de projetos que alterem os quadros funcionais do Município, trazendo vantagens ou até tirando-as. E aí ele é cioso da sua autoridade, outorgada pela Lei Orgânica. Mas essa mesma Lei Orgânica ele desrespeita todos os meses, e a Bancada do PT até me agride, porque eu digo que o balancete da Prefeitura e das suas Autarquias deve chegar na Câmara Municipal até o 28º dia do mês subseqüente, ou seja, o balancete do mês de maio deveria ter chegado, nesta Casa, até o dia 28 de junho. Hoje é 02 de julho - ainda não li o Diário Oficial de hoje - talvez, hoje, o Diário Oficial traga o balancete; até ontem não. Isto significa uma infração à Lei Orgânica - pequena, grande, não importa, é infração. E o Prefeito desta Cidade, o Prefeito anterior, Tarso Fernando foi advertido e ficou muito brabo. Foi advertido pela Câmara Municipal, porque prazos são prazos.

Eu, por exemplo, pedi que o Secretário da Fazenda, que tem muito dinheiro depositado no sistema financeiro, pagasse para os servidores municipais parte do 13º salário, agora, no mês de julho, como prevê a Lei. Como possibilita a Lei, não prevê a Lei, vou fazer a correção, porque lei deve ser clara, precisa, concisa, respeitada e fiscalizada. A própria Lei diz que 30 dias depois o Prefeito tem que responder, também não respondeu, e eu fiz o Pedido.

E fica tudo por isso mesmo, porque o dono da verdade, o turista da Cidade lá está na Prefeitura, a cada cinco dias - incluindo sábado ou domingo - viaja um.

Então, é difícil cuidar da Cidade, é difícil mandar os balancetes para esta Casa em tempo hábil, e depois vem a Bancada do PT dizer que é tudo até 15 de abril. Quando eu reclamava em janeiro, fevereiro e março, eles diziam que era 15 de abril o prazo. Não, a Lei Orgânica diz que até 15 de abril são as contas do ano anterior. Até. E o até, também, é desrespeitado.

Então, é preciso que haja um pouco de respeito pelo Legislativo. E quando o Legislativo se deixa desrespeitar, impunemente, ele está começando a sua autodesmoralização. É pequena a infração, não importa, é uma infração. É a mesma coisa que ele faz para não aceitar o Projeto do Ver. Carlos Garcia. É na Lei Orgânica que ele se ampara quando lhe interessa.

Existe uma Lei que diz que as razões da reposição salarial devem ter base numa lei aprovada, por unanimidade, e sancionada pelo Prefeito. Lei da minha autoria. Reclamo, aqui, e ele não diz como foram compostos os gastos com pessoal. A cada dois meses ele deveria mandar, até 25 dias depois, a esta Casa, a composição dos gastos com pessoal. E isto não está acontecendo. E esta Casa está deixando passar. E ele até ameaçou os servidores municipais, se exigissem o cumprimento desta Lei. O Sr. Secretário da Administração faria outras coisas como, por exemplo, terminar com a bimestralidade. Como se ele pudesse fazer isso, como se não tivesse que passar por esta Casa a reposição bimestral.

Parece que o raciocínio dos dirigentes prefeiturais é de que a Câmara está aqui para servi-los e não para fiscalizá-los.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vamos exigir o cumprimento da Lei. Eu quero as contas da Prefeitura. Eu quero que a Prefeitura não faça créditos suplementares por excesso de arrecadação, que não acontecem. No ano passado, 59 milhões de reais foram abertos em créditos especiais por excesso de arrecadação. Mas a cada ano, nas contas que eu dei parecer rejeitando, o Prefeito Tarso Genro, à época, também tinha suplementado 58 milhões de reais de créditos com excesso de arrecadação, que não aconteceram.

Por isso, encerro dizendo que espero que o Prefeito cumpra a Lei Orgânica, juntamente com os seus Secretários, mas quero para todos saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo PT.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em primeiro lugar, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, quero registrar que hoje, dia 2 de julho, é o Dia do Bombeiro brasileiro que é uma categoria extremamente importante na defesa da cidade.

É muito importante que o Ver. João Dib tenha vindo, mais uma vez, - como costumeiramente faz -, cobrar e fiscalizar o Executivo. Mas hoje o Vereador cometeu um profundo equívoco, porque, talvez, tenha havido algum problema com ele ou com sua assessoria na sexta-feira, dia 26 de junho - eu estou com o Diário Oficial aqui, que é o órgão de divulgação oficial do Município de Porto Alegre, - sexta-feira, 26 de junho. Eu tenho o Diário Oficial, que é o órgão de divulgação oficial do Município de Porto Alegre, do dia 26 de junho, na última página, vou mostrar para que não haja dúvida: (Lê.) “Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Secretaria Municipal da Fazenda, resumo da execução orçamentária do mês de maio.” Está aqui, Ver. João Dib. Eu acho que houve um equívoco da sua parte. Talvez V. Exa. tenha se passado, uma vez que se recebe tanto material aqui na Casa. Mas estamos cumprindo a Lei. Quero dizer que estamos sempre abertos à fiscalização. No entanto, não podemos aceitar quando não é justo cobrar. No caso, estamos cumprindo a Lei.

Mas quero fazer uma discussão política com o Ver. João Dib. Também quero dizer que nós sempre lastimamos quando qualquer governo, seja nosso, do nosso Partido, em nível local, não cumpre as respostas aos PIs e aos Pedidos de Providências. A nossa Bancada tem sido zelosa quanto a isso. Porém, o que quero discutir, fundamentalmente, é que se por acaso tivéssemos passado do prazo - o que não aconteceu - gostaria de saber se isso que está aqui tem irregularidade ou não. Vou dar um exemplo: no Tribunal de Contas do Estado, na 4ª Câmara, há inúmeros processos de vários partidos. Mas um eu conheço muito bem, Ver. João Dib, é do ex-Prefeito de Putinga, Jandir Passaia, que tem suas contas rejeitadas no Tribunal; tem suas contas rejeitadas na Câmara de Vereadores e, infelizmente, ainda é Vice-Prefeito de uma nova gestão, naquela Cidade.

 Ah, nós vamos acionar a Justiça, eu quero lhe dizer. Ah! Vamos, porque esse cidadão, do seu Partido, deve, ele tem irregularidades. E isso nós queremos discutir. As nossas contas, do ex-Prefeito Olívio Dutra e Tarso Genro foram todas aprovadas pelo Tribunal de Contas. Existe uma atrasada, mas não é por culpa nossa, ela está sendo analisada pelo Tribunal de Contas do Estado. Nós teremos, inclusive, possibilidade de discutir uma das suas contas que tem parecer favorável do Tribunal de Contas.

Então, é este o debate que a Bancada do Partido dos Trabalhadores chama, e nós não vamo-nos perder em pequenos elementos de que há ou não complementação, se fizemos isso ou aquilo, quando tudo o que fizemos está dentro das normas e da legislação em vigor. Temos concepções diferentes. Temos visões diferentes. Agora, a Lei é uma, única e só. Ela vale para o PT, para o PPB, o Partido do Ver. João Dib; para o PMDB, do Ver. Fernando Záchia. E é isso que nós queremos deixar claro a esta Câmara de Vereadores, aos Senhores que nos assistem: estamos dentro da Lei: dois dias antes do prazo está publicada a execução orçamentária do mês de maio. Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Solicitamos que o Ver. Adeli Sell, como Secretário “ad hoc”, proceda a chamada nominal para a entrada na Ordem do Dia. (Após a chamada.) Não havendo quórum para entrarmos na Ordem do Dia, encerramos a presente Reunião e registramos a presença dos Vereadores José Valdir, João Dib, Renato Guimarães, Fernando Záchia, Adeli Sell e Juarez Pinheiro.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, requeiro que seja pautado esse assunto da Comissão na próxima reunião de Mesa no sentido de fazer uma exortação aos Vereadores que não comparecem à Reunião, porque este Vereador sente-se tremendamente prejudicado, pois vem aqui dar quórum para a abertura e quando chega a sua vez de fazer o seu pronunciamento não há quórum para continuar a Reunião. Solicito que o Sr. Presidente encaminhe esse assunto de forma a sensibilizar os demais Vereadores ausentes para que haja quórum para que a Comissão Representativa possa continuar, já que estamos na segunda Reunião sem quórum.

 

O SR. PRESIDENTE: Não podemos censurar os Vereadores por problemas de ausência no Plenário. Todas as Sessões do ano foram realizadas, inclusive a de hoje. Acontece que os Vereadores não trabalham só no Plenário. Sabemos que muitos Vereadores estão resolvendo problemas: o Ver. Cyro Martini estava resolvendo o problema sobre o seu livro “Parthenon”, que será lançado no aniversário da Câmara; outros Vereadores estão em outras funções. Não podemos censurar nenhum Vereador por ausência no Plenário.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, entendo a preocupação do Ver. José Valdir. É importante o debate político nesta Casa, mas não podemos esquecer que o Partido dos Trabalhadores, Partido desse Vereador, usou o tempo de Liderança. Poderiam ter feito um acerto interno e permitir a manifestação do Ver. José Valdir.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Senhor Presidente, não estou pedindo que censure algum Vereador. Compromissos eu também os tenho, mas por assumir o compromisso de estar nas Comissões Representativas, cancelei todos eles. Quem assume na Comissão Representativa deveria ficar até o fim para que todos os Vereadores, não só as Lideranças, pudessem falar na Reunião, assim como eu, que tenho um assunto a tratar e não posso fazê-lo.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Mesa está fazendo uma exceção, V. Exa. está quase fazendo um pronunciamento, e a Mesa foi sensível a ele, só que já havíamos dado por encerrados os trabalhos.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Também sou Vereador, como os outros, tenho outros compromissos, estou em campanha eleitoral, e estou aqui.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na realidade, o PT, Partido do Ver. José Valdir, se trouxesse na integralidade a sua Bancada, como a minha Bancada, que está integralmente representada, nós teríamos o quórum, mas não é este o assunto que quero falar. Gostaria que o Presidente comunicasse a todos os Vereadores e à Casa, o falecimento da Sra. Eli Rosa Prestes, progenitora da nossa funcionária taquígrafa Enilda Rosa Prestes.

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos o falecimento da Sra. Eli Rosa Prestes, mãe da taquígrafa Enilda Rosa Prestes, cujo enterro será realizado às 11 horas de hoje, no Cemitério Evangélico.

Comunicamos a todos que os Vereadores presentes permanecerão na Casa trabalhando.

Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.

 

(Encerra-se a Reunião às 10h10min.)

 

* * * * *